segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Parisien.



Nunca estamos preparados para a violência  que nos é dada a ver a todo o instante. E nunca sabemos muito bem como reagir a isso. As palavras não chegam para dizer tudo o que pensamos e sentimos por estes dias negros e de uma selvajaria atroz. Fica o silêncio e o pensamento nos que sofrem às mãos da brutalidade e da ignorância. Aqui, próximos ou distantes.
Apesar da esquizofrenia, que parece ter tomado conta do mundo, tento  fazer aquilo que sei, os mesmos passos, as mesmas rotinas, para tornar o meu mundo e dos que me rodeiam um bocadinho melhor. Sem nunca, mas nunca esquecer os valores da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. Para fazer jus a todos os que pereceram

Fica aqui a minha afirmação declarativa da Liberdade, um doce, para um mundo tão cruel. Flan Parisien.
 
 
Como fazer:
 
800 ml de leite + e200 ml de natas + 4 ovos + 100 g de Maizena + 200 g de açúcar + 1 vagem de
baunilha 
 
Unta-se uma forma de aro com manteiga e forra-se com papel vegetal.
 
Aquecer o leite com a vagem de baunilha e as sementes raspadas. Assim que começa a ferver retirar-se do lume e remove-se a vagem.
 
À parte mistura-se os ovos com o açúcar. Junta-se a Maizena e por fim as natas e mistura-se bem.
Junta-se o leite quente, pouco a pouco, sem parar de mexer com uma vara de arames e leva-se ao lume até engrossar, mexendo sempre.
Coloca-se o creme num recipiente e cola-se película aderente por cima para não criar crosta. Deixa-se arrefecer completamente.
 
Coloca-se o creme na forma e alisa-se bem.
Vai ao forno pré-aquecido a 200 º durante 20 minutos. Deixa-se estar até ficar bem dourado.
Deixa-se arrefecer e reserva-se no frio durante umas horas.

 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Maçã e chocolate. Para uma tarde feliz.


  


    


A simplicidade de certas coisas pode ser surpreendente, e isso é algo de muito bom. Enquanto procurava inspiração, para dar uso à abundancia de maçãs que moram na minha cozinha, lembrei-me de fazer umas bolachinhas de chocolate e maçã. Assim simples e descomplicadas. E o resultado não podia ser melhor, umas bolachinhas deliciosas, para uma tarde de Domingo feliz.  
Como fazer:
100 g de açúcar + 90 g manteiga + 50 g chocolate em pó ou cacau magro + 200 g de farinha + 1 ovo + 100 g de maçã ralada
Bate-se a manteiga com o açúcar e o chocolate em pó durante 2 minutos e depois junta-se o ovo.
Adiciona-se a farinha e envolve-se até ficar bem misturado.
Por fim junta-se a maçã ralada crua. Misturar tudo e formar pequenas bolas (uma colher de sobremesa cheia de massa). 
Coloca-se as bolas bem separadas umas das outras num tabuleiro forrado com papel vegetal.
Leva-se ao forno durante 15 minutos a 180 º. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A chuva. Courgettes e Gengibre.

 

 




Quando os dias de Outono trazem chuva persistente a vontade de casa acentua-se. Ligar o forno.  Juntar ingredientes improváveis. Ver sair tabuleiros de bolachas aromáticas e imprevisíveis. Esperar a reação de quem as prova. Silêncio. O silêncio sempre naqueles momentos iniciais. Depois a alegria, a dos outros, e a nossa também, pelo pouco que pode ser tanto.
 
E poesia. Parece que se ouve o Outono nestas palavras. E são tão belas. 

"A chuva, outra vez sobre as oliveiras.
Não sei por que voltou esta tarde
se minha mãe já se foi embora,
já não vem à varanda para a ver cair,
já não levanta os olhos da costura
para perguntar: Ouves?
Oiço, mãe, é outra vez a chuva,
a chuva sobre o teu rosto."

Eugénio de Andrade

Como fazer:
 
100 g manteiga + 1 chávena de açúcar + raspa de 2 limões + 1/2 colher chá de sal + 1 colher sopa de gengibre fresco ralado + 1 chávena de farinha de trigo + 1 chávena de farinha de milho + 1 chávena de courgette ralada com casca

Bate-se a manteiga com o açúcar até obter uma mistura fofa. Junta-se o sal, a raspa de limão e o gengibre. Junta-se de seguida as farinhas e mistura-se até obter uma areia grossa. Acrescenta-se a courgette e bate-se até obter uma massa espessa.
Coloca-se colheradas de massa nos tabuleiros forrados com papel vegetal e leva-se ao forno pré-aquecido a 160º. Deixa-se estar até cozerem e ficarem douradinhas.
 
Retira-se do forno, deixa-se arrefecer e guarda-se em caixas. 
 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

9 Séculos.

















No centro da cidade que viu nascer Portugal, há um espaço muito bonito, que pede visitas com tempo e com cuidado. Para ver tudo com atenção e atentar aos detalhes. Chama-se  9 séculos. No interior subsiste uma parte da antiga cidade de Guimarães com mais de 900 anos de história, as paredes da muralha que servem de suporte a quadros de pintores Portugueses. Nas estantes, livros, chocolates, azeites, do que de melhor se faz em terras Lusas.
É um espaço muito bonito, em que nada foi deixado ao acaso. A simpatia com que somos recibos, os sorrisos e as palavras doces são como um abraço. As cadeiras e os sofás que pedem para nos sentarmos como se estivéssemos em casa. Os espelhos que refletem a nossa imagem e a imagem de séculos de saber. Os cofres abertos, numa alusão à partilha de tesouros e à ausência de segredos, como se o segredo estivesse à solta pelo espaço depois de aberta a caixa de Pandora, só que neste caso só saíram coisas boas e muito belas. Aquelas pequenas/grandes coisas que nos fazem bem.
Para voltar uma e outra vez.
  
Deixo as coordenadas para o sitio:
Rua da Rainha D. Maria II, 33, Guimarães 4800-431, Portugal
Número de telefone: 351918559957
 
Nota: As fotos foram as possíveis e não fazem jus à beleza do lugar.

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Do pouco se faz muito.




A meio da semana já a gaveta dos legumes está praticamente vazia. Sobram uns poucos exemplares que por si só não são suficientes para uma sopa. Por isso é necessário improvisar e para satisfazer os desejos, do marido,  de caldo verde, uma versão mais ligeira, mas muito boa e muito feliz. E assim do pouco se consegue fazer muito.
 
Como fazer:

1 cebola + 1 alho francês + 2 couve flor (pequenas) +  umas folhas de penca + sal + azeite + pimenta preta

Parte-se a cebola, o alho francês e a couve flor em pedaços pequenos e leva-se ao lume com um fio de azeite. Tempera-se com o sal e a pimenta e deixa-se estar durante 5 minutos. Depois acrescenta-se água a ferver até cobrir os legumes e deixa-se estar mais 20 minutos. Ao fim desse tempo passa-se com a varinha mágica e rectifica-se os temperos. Leva-se ao lume novamente e acrescenta-se a penca e as folhas da couve flor cortada como se fosse para caldo verde.
Deixa-se cozer e no momento de servir acrescenta-se mais um fio de azeite e mais um pisco de pimenta preta.
 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Para o Outono. Uma torta.




 

A estação das manhãs frias, das tardes quentes e com aquela luz linda e melancólica, das noites que pedem mantas nos sofás, chávenas de chá a fumegar, um livro e fatias de bolos. O que combina melhor com Outono?
Maçãs, canela e Vinho do Porto. Assim os três juntos num doce irresistível. E com as cores certas da estação mais bonita do ano. Para mais momentos calmos e doces no regresso ao conforto do lar.
Como fazer:

Para a torta:

4 ovos + 1 noz de manteiga + 2 colher (sopa) Vinho do Porto + 1 chávena de açúcar + 1 ½ chávena de farinha + 1 colher de café de bicarbonato + 2 colheres de café de canela em pó +  1 pitada de sal
Para o recheio de maçãs:
4 maçãs partidas em cubos pequenos + 1 pitada de sal + 3 colheres de sopa de açúcar amarelo + 3 colheres de sopa de Vinho do Porto + 3 colheres de sopa de Vinho do Porto
Bate-se os ovos inteiros com o açúcar e a manteiga. Junta-se o Vinho do Porto e o bicarbonato. Bater um pouco mais. Por fim juntar a farinha e bater até fazer bolinhas.

Leva-se a cozer em forno médio (180º) pré-aquecido, num tabuleiro rectangular untado com manteiga e polvilhado com farinha, durante mais ou menos 10 minutos. 
Faz-se o teste do palito, pois a massa não deve cozer excessivamente, para não partir ao enrolar.

Entretanto leva-se ao lume as maçãs partidas em cubos pequenos com o açúcar, o sal, e o Vinho do Porto. Deixa-se estar até as maçãs estarem macias e esmaga-se ligeiramente com um garfo. Acrescenta-se mais 3 colheres de Vinho do Porto e retira-se do lume.
Retira-se a torta do forno e coloca-se sobre um pano, previamente polvilhado com açúcar mascavado, barra-se com o recheio de maçãs e enrola-se com cuidado para não partir a torta.
Deixa-se arrefecer enrolada e depois de fria retira-se o pano com cuidado.
 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Alfazema.






O regresso a casa e o regresso aqui, depois de muito tempo, pedia uma sobremesa assim. Doce, delicada, aromática. Voluptuosa até. É Italiana a origem desta sobremesa, mas já tão nossa também. Em italiano, Panna Cotta significa "nata cozida", ingrediente indispensável neste doce. E depois, tudo o mais que possamos imaginar.
 

Esta foi feita assim:
 
400 ml de natas + 100 ml de leite + 100 g de açúcar + 1 vagem de baunilha + 1 colher de chá de alfazema seca + 5 folhas de gelatina  
 
Unta-se umas forminhas com papel de cozinha embebido em óleo.
 
Leva-se ao lume as natas, o leite, o açúcar, a vagem de baunilha e a alfazema e deixa-se estar até começar a ferver. Retira-se do lume e deixa-se em infusão durante pelo menos 10 minutos.
 
Entretanto coloca-se a gelatina em água fria. Filtra-se as natas e acrescenta-se a gelatina espremida e mistura-se vigorosamente com uma vara de arames. Distribui-se pelas forminhas e leva-se ao frio até solidificar, caso seja necessário coloca-se no congelador para acelerar o processo.

No momento de desenformar, passa-se a ponta de uma faca à volta da forma para ajudar a descolar.