Gratinado de pescada e camarões

Os medalhões de pescada congelados que compramos são sempre uma espécie de solução para uma emergência. Mas pode ser mais do que isso. Podem transformar uma refeição em algo mais do que um simples desenrasque. Basta para isso só um bocadinho mais de paciência e dedicação. E basta isso, para transformar uma coisa sem graça em algo mais elegante.

Como fazer:

4 medalhões de pescada + 1 cebola + 1/2 kg de camarões + 1 copo de vinho branco + azeite + sal + pimenta rosa + 6 cournichons em rodelas + 2 dentes de alho

Primeiro o refogado com a cebola, o alho e o azeite. Deixar estalar. Acrescentar os cournichons e os medalhões de pescada e tempera-se com sal e pimenta. Deixa-se estar e depois o vinho branco. Acrescenta-se depois os camarões.

Entretanto faz-se o bechamel assim:

1 colher de sopa de manteiga + 2 colheres de farinha + 1/2 litro de leite + sal + pimenta rosa + 1 pacote de natas

Primeiro a manteiga a derreter e acrescenta-se a farinha, tempera-se com sal e pimenta e deixa-se estar um pouco. Junta-se o leite quente aos poucos para não formar grumos ( se isso acontecer bate-se com a varinha mágica) no final acrescenta-se as natas e rectifica-se os temperos.

Coloca-se por cima dos medalhões de pescada e do camarão, polvilha-se com o queijo mozzarella  e leva-se ao forno a gratinar.

Acompanha com arroz branco.

 

Parfait de dois chocolates

Mais uma surpresa. Depois de um dia intenso de trabalho, chego a casa e eis que me deparo com isto. Uma sobremesa complexa e demorada para quem não tem prática na cozinha. Mas que saiu bem, muito bem até. E o melhor de tudo a cozinha não estava um caos. Henrique no seu melhor.


Como fazer:

2,5 dl de leite + 1 vagem de baunilha + 6 gemas + 125 g de açúcar + 150 g de chocolate amargo (70% de cacau) + 150 g de chocolate de leite + 4 dl de natas + canela em pó ou raspas de chocolate

Leva-se ao lume o leite com a vagem de baunilha e deixa-se ferver. Entretanto mistura-se numa tigela as gemas com o açúcar, mexendo com uma colher de pau.
Para o chocolate amargo e o de leite reserva-se separadamente em 2 taças.

Retira-se a vagem de baunilha do leite e deita-se em fio sobre a gemada, mexendo sempre. Transfere-se para a panela onde ferveu o leite e leva-se de novo ao lume. Deixar levantar fervura sobre lume muito brando, mexendo sempre até engrossar um pouco. Dividir o preparado pelas taças onde colocou o chocolate e deixar derreter completamente. Deixa-se arrefecer.

Entretanto, bate-se as natas até ficarem bem espessas. Divide-se pelos preparados de chocolate quando estiverem praticamente frios. Envolve-se suavemente e coloca-se uma das misturas numa forma de bolo inglês.

Leva-se ao congelador durante 30 minutos. Depois, cobre-se com o outro preparado de chocolate. leva-se de novo ao congelador durante pelo menos 6 horas ou de um dia para o outro.

Na altura de servir, desenforma-se e corta-se em fatias. Polvilha-se com canela em pó ou raspas de chocolate.

Esta receita foi retirada daqui:

Bolo de bolacha

Feito vezes sem conta, com mais derivações ou menos, o bolo de bolacha faz parte da nossa doçaria. Diria até que é o doce mais corriqueiro. Por isso o que tem de especial um bolo de bolacha? Nada. Mas este tem! Pela simples particularidade de ter sido feito pelo Henrique.
Num sábado em que tive que trabalhar o dia todo, quando chego a casa sou surpreendida com esta sobremesa. Fiquei sem palavras. E a receita? Tirada da net. E assim sem medos, mãos à obra e um bolo de bolacha em forma de flor. Foi o que deu mais trabalho, confidenciou. Mas valeu a pena. Pela paciência e dedicação a fazer esta sobremesa que estava mesmo muito boa.
A receita não a posso deixar aqui pois não há registo dela, deve andar algures pela net. Mas não queria deixar de registar este momento. Mais um passo na sua autonomia. E que nos encheu de orgulho.

Caril de Gambas.

Quando estava a preparar este caril lembrei-me de uma pessoa que insistentemente me tem pedido para fazer um caril de gambas. Quando o fiz não estava à minha mesa, mas o pensamento estava nele. E o telefonema prévio, a dizer que haveria caril ao jantar, e a promessa de haver mais tarde também , só para ele. Até lá fica aqui o registo.

Como fazer:

2 cebolas + 2 dentes de alho + azeite + sal + pimenta rosa + 1 lata de leite de côco + 2 colheres de sopa de caril + 1 kg de camarão + 3 maçãs + coentros

Descascar os camarões e reservar. Picar as cebolas e os alhos o mais finamente possível. Num tacho levar ao lume o azeite com a mistura de cebolas e alhos. Adicionar o caril em pó e deixar estar um pouco. Temperar com sal e pimenta. Acrescentar os camarões e as maças partidas em cubos e deixar estar um pouco. Adiciona-se o leite de côco e rectifica-se os temperos.Na hora de servir polvilha-se com coentros picados.
Acompanha com arroz Basmati.

Mousse de gengibre

Uma mousse simples, sem grandes segredos e sem grandes demoras. Feita assim num vislumbre soube ainda melhor. 
Esta mousse foi feita com 4 iogurtes naturais, meia lata de leite condensado, 2 folhas de gelatina previamente hidratadas e derretidas e gengibre ralado. Depois é só levar ao frigorifico até estar no ponto certo. 
Uma sobremesa fresquíssima e muito ligeira. E depois na hora de servir corn flakes. 
Assim só para criar uma textura diferente. 

Mole de frango

Durante muitos anos fui colecionando revistas de culinária, e de vez em quando resolvo folhear as revistas mais antigas à procura de inspiração. E de repente dou com uma revista da Saberes & Sabores da Vaqueiro de Abril de 2003.

A capa é muito apelativa "Sua Excelência o Chocolate", e quando penso que o que vou encontrar são essencialmente receitas doces com chocolate, dou com uma receita de carne de borrego, "Mole de Borrego", que na sua preparação leva chocolate.. Depois de ler a receita, e como não tinha a dita carne, resolvi adaptar a receita a frango. E assim sem medo fiz uma receita de frango que leva na sua composição chocolate. E as opiniões foram unanimes. Bom, muito bom. Para fazer mais vezes. E sem medo de utilizar outras carnes e outros ingredientes.

Como fazer:

4 peitos de frango + sal + pimenta rosa + azeite + 2 colheres de sopa de farinha + 4 cenouras  + 2 cebolas  + 2 dentes de alho + 10 g de chocolate para culinária + 1 cálice de vinho do Porto + 3 dl de vinho branco + sementas de sésamo


Primeiro corta-se os peitos de frango em pedaços e tempera-se com sal e pimenta rosa. Deixa-se estar assim meia hora. Depois leva-se ao lume um tacho com o azeite a aquecer, entretanto acrescenta-se a farinha ao frango até estar bem envolvido. Coloca-se a carne no azeite bem quente e deixa-se dourar bem. Depois acrescenta-se os alhos, as cenouras cortadas em rodelas e as cebolas em meias luas. Deixa-se estar assim algum tempo e depois acrescenta-se o vinho branco. Tapa-se e deixa-se cozinhar lentamente. Entretanto mistura-se o chocolate ralado e o vinho do Porto e reserva-se.
Quando  a carne estiver cozinhada acrescenta-se a mistura do chocolate e vinho do Porto e deixa-se ferver mais um pouco. Se necessário rectifica-se os temperos.


Na hora de servir polvilha-se com as sementes de sésamo.Acompanha com batatinhas novas cozidas.

Francês e uma Flor.

O que acontece quando juntamos um senhor francês e uma flor? Assim personificados, estes legume tão básicos para nós, no nosso dia a dia, o que acontece? Alquimia. E então, quando se juntam transformam-se num creme delicioso. Daqueles que dá vontade de repetir vezes sem conta.

Como fazer:

2 cebolas novas + 2 alhos francês + 4 couve flor (pequeninas) + 1 courgette + azeite + sal + pimenta verde + água a ferver

Primeiro as cebolas e o alho francês em rodelas, rega-se com o azeite e vai ao lume muito baixo e tapado. Deixa-se estar assim um pouco. Depois os restantes legumes partidos em pedaços pequeninos. Tempera-se com sal e pimenta verde e deixa-se estar mais um pouco, depois água a ferver. Deixa-se estar 20 minutos e passa-se com a varinha mágica até obter um creme rico e delicioso.

El Mandarin

Este pudim não faz parte das minhas memórias gastronómicas. Mas num domingo atarefado e sem grandes recursos na minha despensa para uma sobremesa, eis que surge do nada uma embalagem de pudim flan El Mandarin. Não me lembro de todo de ter comprado isto. Ainda hesitei, mas à falta de melhor lá seguei as instruções da embalagem, sempre desconfiada do que dali sairia.

Comecei por preparar o caramelo directamente na forma de pudim, 5 colheres de sopa de açúcar e um pouco de água. Quando está já feito um caramelo clarinho, um pouco de água a ferver para o deixar mais liquido.
Depois foi só seguir as instruções da embalagem. Misturar o conteúdo de um pacote com 3 colheres de sopa de açúcar. Do meio litro de leite necessário para a confecção deste pudim retira-se um pouco para dissolver a mistura. Leva-se o restante leite a ferver e adiciona-se a mistura já dissolvida, deixa-se ferver mexendo por breves minutos. Retira-se do lume e coloca-se na forma caramelizada e deixa-se arrefecer.

Quanto ao sabor, nem bom nem mau. Para uma emergência sim. Acrescentando algo mais talvez se consiga transformar numa sobremesa mais rica e mais saborosa.
A testar numa próxima oportunidade pois ainda me sobram 3 pacotes.

Azul e Verde

Um domingo de sol e uma mesa da cor do infinito. Um pássaro curioso a espreitar por entre as folhas muito verdes. Um mensageiro dos deuses a estabelecer uma ponte entre o céu e a terra.
Azul e verde. Do árabe lázúrd a significar céu azul sem nuvens e do latim viridis faixa harmoniosa que se interpõe entre o céu e o sol.
Toda a beleza que cabe nestas duas cores. Para começar uma semana com um azul tranquilo e um verde exuberante. A evocar sentimentos de calma e harmonia. A motivar dias bons. E lindos. Assim como estas cores. 

Casa da Calçada.

Ontem tive o privilégio de conhecer a Casa da Calçada em Amarante, apesar de ter sido uma visita breve, foi o suficiente para me ter apaixonado por este hotel de charme.

A Casa da Calçada data do seculo XVI, na altura palácio dos Condes de Redondo.Depois de vários seculos, em 2001,  é completamente recuperada  como Hotel de Charme, e em 2003 tornou-se membro da cadeia de hotéis Relais & Châteaux.

A Casa da Calçada Relais & Châteaux oferece em termos de alojamento uma grande qualidade, espelhando bem os valores pelos quais se pautam, simpatia, charme, cortesia, calma e cozinha, premiada em 2008 com uma Estrela Michelin.

Um encanto que vale bem a pena visitar. Por ser uma Casa nos acolhe num abraço como se estivessemos em casa.

Turquesa

Turquesa. Uma cor linda, refrescante e tranquilizante. A dizer que está quase. Que já não demora muito o tempo do descanso. Os dias grandes, o céu muito azul e o mar da mesma cor.
Uma mesa com uma cor que anima a continuar. Forças renovadas e ideias novas. Para que venha depressa o tempo do vagar e da preguiça.

Mousse de laranja

Mais uma variação das minhas mousses feitas em ritmo acelerado. Esta com um toque cítrico. Tão ao meu gosto. Uma mousse de laranja que soube como nenhuma outra. E assim tão simples e tão rápida de se fazer, a lembrar que por vezes não necessitamos de muito para fazer aquilo que realmente gostamos.

Como fazer:

4 iogurtes naturais + 2 folhas de gelatina + 1/2 lata de leite condensado + raspa de 2 laranjas.

Mistura-se os iogurtes com o leite condensado, a raspa das laranjas e as folhas de gelatina previamente hidratadas e derretidas.
Depois é só esperar pelo momento certo, aquele ponto que é um pedaço efémero de prazer.

Os waffles do Henrique

Num Domingo cansativo o Henrique pediu-me para o lanche uns waffles. E então para o desafiar disse-lhe que estava tão cansada que não conseguiria fazer fosse o que fosse. E resultou, prontamente se prontificou a preparar para o lanche os waffles. E então, sob a minha supervisão lá foi acrescentando os ingredientes até obter a massa. Depois foi só ligar a máquina e pacientemente fazer dois a dois. Entretanto o chocolate a derreter e o chá a fazer. E a pilha de waffles a crescer, uns mais tostados do que outros, para agradar a todos. Foi esta a primeira experiencia culinária do Henrique a demonstrar que a cozinha não o assusta. E eu a vê-lo assim, a crescer em todos os sentidos, e a sentir um imenso orgulho.

Como fazer:

Para os waffles:

2 ovos + 270 ml de leite + 40 g de manteiga derretida + 280 g de farinha + 2 colheres de sopa de açúcar + 1 colher de sopa de açúcar baunilhado + 1 colher de chá de fermento + 1 pitada de sal 

Coloca-se num recipiente o leite, os ovos e a manteiga derretida, mistura-se até ficar homogéneo.
Noutro recipiente colocar a farinha, o açúcar, o açúcar baunilhado, o sal e o fermento. Misturar bem em seco.
Juntar os ingredientes líquidos de uma vez à mistura da farinha. Misturar apenas até ficar combinado.
Aquecer bem a máquina das waffles e untar com um pouco de óleo.

Para o chocolate quente:

1 tablete de chocolate de culinária + 1 pacote de natas + 1 colher de sopa de manteiga

Junta-se tudo e vai a lume muito reduzido até estar no ponto.

Depois é só servir os waffles com o chocolate quente por cima.

Creme de beterraba e cenoura

Há determinados alimentos que não consigo comer. Entre eles encontra-se a beterraba. Já experimentei em saladas, em bolo, em bolo de chocolate e beterraba, em sumos e em sopas. E definitivamente não gosto. Continua a ter para mim um sabor extremamente terroso que não aprecio.
Mas como sou uma aventureira, vou sempre tentando novas texturas, novos sabores e novas combinações. E foi o que aconteceu com este creme. Um creme de beterraba e cenoura só poderia ser bom, e então resolvi experimentar. É bom sim, mas não para mim.
Fica pelo menos a consolação de que os que se sentaram à minha mesa gostaram, e muito.

Como fazer:

2 cebolas + 2 courgettes descascada + 2 beterrabas + 4 cenouras + azeite + sal + pimenta rosa

Primeiro leva-se ao lume as cebolas com o azeite e deixa-se saltear, depois acrescenta-se os restantes legumes partidos em cubos, tempera-se com sal e pimenta e deixa-se estar mais um pouco. Depois água a ferver até cobrir os legumes e deixar cozer 20 minutos. Passar com a varinha mágica até transformar num creme aveludado e com uma cor linda.